segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A saúde é um tema que nos interessa. Isto é sobre depressão

Aqui links para postagens interessantes, de comentaristas do blog do Luis Nassif, é sobre depressão, leiam

01- Experiência de ex-depressivo http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/experiencias-de-um-ex-depressivo

02- Sobre medicina e depressão http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/sobre-medicina-e-depressao






03- As raizes da depressão http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-raizes-da-depressao

04- Sobre medicina e depressão http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/sobre-medicina-e-depressao

05- As raízes da depressão

Por

Trabalho há 38 anos em psicoterapia - sou psicóloga - e não encontrei ainda nenhum cliente  depressivo que fugisse ao que o Professor Seligman descobriu em suas pesquisas.

Tive o prazer de fazer um curso com ele na UnB e o que aprendi me habilitou a entender a depressão. Até nos dias de hoje pessoas morrem de desamparo nos melhores hospitais porque os médicos não sabem identificar o desamparo que é o estágio mais grave do que chamamos de depressão e o Professor Seligman chama de desamparo: a depressão é um estágio.

O desamparo é aprendido na família - mesmo nas ricas, nas cheches onde vivem as crianças sem família, nas sociedades extremamente pobres. Não estou com isto afirmando que inexistem as origens genéticas do desamparo, mas é um erro pensar que é possível resolver este problema somente com medicação. É preciso um treinamento no que o Professor Seligman chama de otimismo para que a pessoa aprenda a comandar a sua vida no caminho desejado.
sp;É importante entender que a miséria, como apontou Rosemarie Muraro em sua pesquisa,  faz com que os os filhos dos pobres cresçam sem desejo e isto é o mesmo que desamparo ou impotência. É a alienação do corpo e da mente. Indicaria, para os que desejam conhecer melhor o assunto:

1) Desamparo: sobre depressão, desenvolvimento e morte, Martin E. P. Seligman, Hucitec/EDUSP, 1977 (não encontrei nas livrarias que pesquisei). Acredito que seja acessível em bibliotecas universitárias. Em inglês - Helplessness: on depression, development, and death, também não achei à venda. -  "Depressão é o resfriado comum da Psicopatologia e tem tocado a vida de todos nós," escreve o Dr. Martin Seligman. Mas as tristezas emocionais que levam à depressão, a ansiedade e a falha não "apenas acontecem". Em vez disso, como mostra a Dr. Seligman, estes distúrbios generalizados frequentemente emergem de um sentimento de impotência que é aprendido, reforçado e justificado individualmente.”

(2) Aprenda a ser otimista, Martin E.P. Seligman, Editora Nova Era : O livro ensina como se tornar um verdadeiro otimista por meio do fortalecimento interior, mostrando como desenvolver níveis de otimismo que permitam viver uma vida plena de realizações. "Nossa análise mostra que a mudança do pessimismo para o otimismo é, pelo menos parcialmente, responsável pela prevenção de sintomas depressivos", ressalta o autor. - à venda. - É baseado na pesquisa feita e que o primeiro livro descreve.

(3) Sexualidade da mulher brasileira: corpo e classe social no Brasil, Rosemarie Muraro et al., Editora Rosa dos Tempos, 1996.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-raizes-da-depressao

05- O fascínio perigoso da morte http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-fascinio-perigoso-da-morte

06-

Carta ao amigo que se matou



Hoje foi um dia muito triste para mim. Fiquei sabendo que um grande amigo morreu de depressão. No dia 14 de novembro, não aguentou o tranco e deu fim à vida, num mergulho de 223 metros de altura. O corpo só foi encontrado 40 dias depois, na véspera do Natal. Imagino o terrível Natal e fim de ano para a família dele. Depois de 40 dias de buscas, foram mais dois dias até que se conseguisse fazer a identificação. Por algum motivo ou outro, as minhas irmãs só me avisaram hoje.

Não foi a primeira vez. Ele já havia tentado o suicídio há uns três anos, ligando o carro dentro de uma garagem fechada. Foi levado às pressas para o pronto-socorro e sobreviveu. Assim, de longe, parecia que ele havia melhorado.

Nos últimos tempos, a gente se falava muito pouco. Coisas da vida. Não havíamos brigado. Simplesmente, a distância física e o tempo trataram de nos afastar daquele contato do dia-a-dia.
Era um sujeito brilhante. Tinha uma facilidade impressionante para aprender idiomas. E era divertidíssimo. Ainda ontem, conversando com um amigo em comum, lembrávamos das palhaçadas e das brincadeiras de 20 anos atrás. Como se fosse ontem... Mal sabíamos que ele já havia chegado ao ponto final.

É o segundo amigo que perco para a depressão. Muita gente acha que depressão é "frescura". Não é. É uma doença muito grave. O doente não pode parar de se medicar. A pessoa, em razão do remédio, recupera e mantém o equilíbrio emocional. Aí, com o tempo, acha que já está curada e pára de tomar o remédio. Algum tempo depois, fatalmente, a depressão volta. E, na hora da crise, a pessoa não vê nenhuma outra saída, a não ser acabar com a própria vida. O Paulinho se foi faz três anos (é isso, Tomás?). Dia 14 de novembro, foi-se o Andrew. O cemitério onde ele foi enterrado acaba de ser inaugurado. Na verdade, ele foi a primeira pessoa a ser enterrada. Como eu, Andrew era ateu, mas, nessa hora, a vontade da família falou mais alto. Porém, durante o enterro, ele ainda deu um jeito de ter a palavra final, teimoso que era: como era a inauguração do cemitério, houve um problema com o tamanho do caixão. Era maior do que a cova.
Resultado: todos que ali estavam, que conheciam o Andrew, começaram a rir. O clérigo ficou sem entender nada. Pelo que entendi (o meu filho estava muito inquieto e quem conversou com a ex-esposa dele, que também é nossa amiga, foi a minha esposa), tiveram de "aparar" o caixão, para que coubesse, e ele acabou sendo enterrado dois dias mais tarde.

Quando isso acontece, quando a gente perde um amigo que acabou ficando distante, a gente tem uma vontade de falar com todos os nossos amigos distantes de uma só vez. De poder mandar um abraço do tamanho do mundo. De dizer a todos o quanto eles foram e são importantes para nós, apesar do afastamento por conta das circunstâncias da vida.
***
Andrew, sei que você não vai ler estas linhas nunca, mas elas me ajudam a lidar com a realidade. Hoje, a R. e eu ficamos aqui em casa, vendo fotos e mais fotos. Rimos e choramos lembrando das palhaçadas e dos bons momentos que pudemos passar juntos. Quando ligamos para a sua mãe, não consegui falar. Comecei a chorar. Foi a R. que acabou falando com ela. O D. não entendeu nada: "Mamãe, por que você tá chorando? Papai, por que você tá chorando?" Logo em seguida, já estávamos rindo, e ele parava de perguntar.

Amanhã, vamos visitar os meus pais. A minha mãe já está sabendo, pois falamos com ela hoje. O meu pai ainda não sabe. Acho que ele também vai sentir muito. Volta e meia, ele falava sobre você: "Sabe quem ia gostar disso aqui? O Andrew."

Um abraço do seu irmão mais velho.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/carta-ao-amigo-que-se-matou 

Atualização - o assunto cresceu no blog do Nassif,  acompanhe aqui

http://blogln.ning.com/forum/topics/a-dura-luta-contra-a-depressao

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