terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Este texto do Dr. Jorge, um amigo, cego mas que nunca parou de estudar, é sobre falta de afeto e excesso de consumismo no Natal

Quer me dar um presente digno?
Por Jorge Monteiro de Lima*, via email

Mais um fim de ano, fim de ciclo. Lojas lotadas, caça ao presente mágico, a
jóia encantada redentora do vazio existencial. Euforia e compras na busca de
amainar o vazio das múltiplas identidades que tentam ser uma única
identidade. Quem sou eu? As compras de fim de ano dão a muita gente um pequeno sentido de
vida no vazio de uma existência materialista. Por um presente tentamos
mensurar o que é o amor, o quanto somos queridos, lembrados, se fomos ou não
uma pessoa boa. Catalogamos nossa socialização, rotulamos e qualificamos
nossa personalidade pelo valor do presente, sua marca, loja de repasse.

Materialismo nesse caso pode se definir por tentativa de atribuir adjetivos
ou substantivos a personalidade pelo que se ganha e seu valor. Se fui bom,
ganho muitos presentes caros; se fui ruim, não ganho nada. Tentar denotar a
expressão do amor ou carinho...
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* Jorge Antônio Monteiro de Lima

Analista, pesquisador em saúde mental, psicólogo e músico

Consultor de Recursos Humanos

Consultor para projetos de acessibilidade para pessoas com necessidades
especiais

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